MÃOS DE MÃE

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MÃOS DE MÃE

                             Natanael Oliveira do Carmo

 

O mundo inteiro estava nas mãos dela!

Em suas mãos, havia o cheiro do passado e de todos os arco-íris da infância.

As palmas de suas mãos, com afagos de névoa,

Desenhavam carícias tão antigas quanto passarinhos.

 

O mundo inteiro estava nas mãos dela!

Ao toque de suas mãos enternecidas,

O medo exilava-se nos escombros da existência,

E a saudade era um ser estranho que passava longe, longe da minha vida.

 

O mundo inteiro estava nas mãos dela!

Essas mãos ― que hoje acho que eram poemas ― regiam minha breve sinfonia

E retinham o implacável elástico do tempo,

Enquanto eu deixava de ser menino e continuava a ser menino sob seu encanto.

 

O mundo inteiro estava nas mãos dela!

E minha alma, palmilhando o chão auspicioso do futuro (que sempre chega!),

Busca, nas risadas e nos cheiros que se eternizaram no caminho,

O alegre conforto daquele mundo que estava inteiro nas mãos dela!

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