PRÓLOGO II

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(Prólogo de Os Tentáculos da Terra)

A madrugada anunciava um dia surpreendente e confuso. As descobertas, os sacrifícios, as esperanças, os medos e as suspeitas aguardavam os expedicionários. O Deserto Vazio os abraçava com braços longos e mãos ásperas. As areias regadas com sangue escondiam segredos e os horizontes sem fim espreitavam-nos sem complacência. Indubitavelmente, Yankin era uma terra inóspita. Eles ainda teriam muito deserto para palmilhar, muitos segredos para desvendar e muitas histórias para escrever.

Mai Gani estava de pé fora do acampamento olhando para o infinito. Aquele deserto não lhe era propício. Era seco, absolutamente seco. Ela precisava da água para contemplar o futuro. Esperava, ansiosamente, pelos pântanos, pelos rios e lagoas… Pela água, pela vida e pelo futuro. Quando cruzassem aquele deserto e ela pudesse molhar os pés nas águas dos pântanos de Yankin, esperava descortinar a jornada como não podia fazer naquele deserto hostil.

O sol, finalmente, raiou e um alarme ecoou no acampamento.

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