AS FACES DO TEMPO

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AS FACES DO TEMPO

Se há um assunto que é ao mesmo tempo importantíssimo, interessantíssimo e que desperta a curiosidade e fascina as pessoas, esse assunto é o tempo. Não há quem não se surpreenda, em algum momento, pensando no tempo, sua existência, seu significado, sua influência e tudo que gravita em torno dele. Seja o tempo histórico, o tempo pessoal ― individual ― e o coletivo. Poderíamos dizer que tais questionamentos se referem ao que poderíamos chamar de “tempo comum”. Afinal, o que é o tempo?

Obviamente, não é nossa pretensão responder a esta pergunta tão antiga quanto… o tempo! Mentes altamente perspicazes já se debruçaram sobre essa questão e, após “tanto tempo”, não há consenso, não se conseguiu ainda chegar a um denominador comum a respeito dele. Na Grécia antiga, Platão já apresentava ao mundo sua concepção de tempo, relacionando-o ao movimento dos corpos celestes; seu discípulo, Aristóteles, posteriormente, também trouxe sua contribuição, conectando sua compreensão de tempo ao estudo do movimento; e outros pensadores e cientistas os seguiram. Certamente, antes desses dois grandes filósofos gregos, outros homens de saber também mergulharam nos meandros do tempo, inclusive, nas civilizações mais antigas de que se tem notícia, como os sumérios, por exemplo. Numa observação simplista, diríamos que prepondera nessas elucubrações a metafísica. A isso, poderíamos chamar de “o tempo na filosofia”.

Desde a antiguidade, a física também tem se ocupado do tempo, antes mesmo que se definisse enquanto ciência, nos moldes como a concebemos hoje. No início do século XVII, Galileu Galilei introduziu uma visão de tempo e espaço que inaugurou um “novo tempo” nas investigações sobre o tema. A partir daí, encontramos os estudos de diversos cientistas, a exemplo de Albert Einstein, que modificou, com sua Teoria da Relatividade, todo o conceito de tempo e de espaço, a ponto de criar o conceito de espaço-tempo e revolucionar a física moderna. E que dizer da física quântica, com suas perguntas ainda sem respostas, sua vinculação entre tempo e energia? É o que chamaríamos de “o tempo na física”.

A literatura também estuda o tempo. Estuda e trabalha com ele, molda-o em suas variadas formas, questiona-o, explica-o e nele se perde. Talvez fosse justo dizer que, dentre todas as vertentes do pensamento humano, a literatura seja quem mais fielmente retrata o tempo, ou por compreendê-lo melhor ou, simplesmente, por melhor senti-lo, sem se preocupar em dissecá-lo tão profundamente. De modo geral, a concepção do tempo na literatura guarda estreita similaridade com a compreensão de tempo do senso comum. Há a ideia universal de que o tempo passa e nós, por mais que tentemos, não conseguimos detê-lo. Mas a literatura também é pródiga em desafiar o tempo, manipulá-lo, revirá-lo pelo avesso. A literatura torna o tempo mais íntimo de nós, mais parte de cada um e de todos. É o que chamaríamos de “o tempo na literatura”.

A Honra do Clã também se relaciona de modo muito peculiar com o tempo. No decorrer da narrativa, o tempo é um personagem coadjuvante que se desenrola como na maioria das histórias, fluindo como um rio calmo, discreto como uma brisa. Entretanto, há um momento em que o tempo emerge como uma montanha na planície, é pensado, lembrado, erigido à posição de assunto principal. Então, o conceito de tempo é suscitado e o leitor é convidado a pensar o tempo ― no tempo, sobre o tempo e sob o tempo! É o que chamaríamos de “o tempo em A Honra do Clã”.

Quer saber qual o conceito do tempo, suas dimensões, seu poder nessa grande aventura? Junte-se ao Clã!

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