LITERATURA COMO LIBERTAÇÃO

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A literatura, enquanto manifestação humana, é, seguramente, uma das mais importantes em todas as sociedades. O pensamento, os valores, os costumes, os embates e as complexidades de cada agrupamento humano encontram expressão nas páginas dos livros de modo profundo e esclarecedor. O livro (veículo físico da literatura) é, portanto, um instrumento capaz de realizar prodígios no seio das sociedades humanas.

A literatura, vista como manifestação cultural, exerce papel crucial na expansão e consolidação da história e da identidade dos povos. Revela a essência do desenvolvimento social, da visão de mundo das pessoas daquela comunidade (em sentido amplo), esclarecendo os momentos históricos, as etapas do desenvolvimento social, político e econômico de cada sociedade.

Como arte, a literatura é a mais pura manifestação do pensamento humano. Por meio da literatura, a beleza é revelada ao íntimo dos indivíduos, permitindo que o leitor seja, ao mesmo tempo, cocriador, elaborando, junto com o(a) escritor(a), as imagens descritas na narrativa (de pessoas, de coisas, de cenas, de lugares), possibilitando, indistintamente, a todos (autores e leitores) o exercício salutar da imaginação, indispensável ao desenvolvimento da inteligência, da capacidade crítica e da saúde mental e intelectual.

A literatura também é vista e compreendida como memória. De fato, a literatura está impregnada da memória de incontáveis gerações. Mas é uma memória viva, pulsante, atuante, uma memória que permite a compreensão do passado e a projeção do futuro, porque, qualquer que seja o tempo, a literatura é sempre presente — e é, também, sempre um presente!

É inegável que uma das finalidades da literatura é o entretenimento. O bom livro tem o condão de abstrair o leitor da realidade imediata para conduzi-lo a estados de introspecção, de euforia, de alegria, de tristeza, de medo, de raiva, de paixão. A leitura é um potente distribuidor de emoções e catalisador de sentimentos. Desde a profundidade do pensamento filosófico ao arroubo imaginativo da fantasia, a literatura entretém os leitores e ameniza a realidade objetiva que, não raro, é estressante e adversa.

Como expressão humana em sentido amplo, a literatura se irmana com as mais diversas manifestações artísticas, como a pintura, a dança, o cinema, o desenho, a música, o teatro, dentre outras, formando, ao lado dessas, o amplo espectro de expressões da arte, figurando, com elas, no panteão das atividades criativas da humanidade.

Entretanto, é essencial que a literatura também seja compreendida e apreciada como libertação. A literatura é, antes de tudo — e mais que tudo — LIBERTAÇÃO. O poder libertador da literatura se manifesta tanto no âmbito individual quanto no coletivo. Ela tem sido uma força irresistível nos movimentos de transformação das sociedades, na emancipação dos povos. Podemos ilustrar o caráter fundamentalmente libertador da literatura mencionando escritores e poetas como José Martí, Pablo Neruda, Castro Alves, Agostinho Neto, Leopold Senghor, Amílcar Cabral, Noémia de Sousa, Graciliano Ramos, Victor Hugo e tantos(as) outros(as).

Literatura é, acima de tudo, liberdade!

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