UM SACERDOTE

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(Trecho do capítulo 26 de O Legado do Profeta).

O sacerdote-mor do Clã Zed, Bi Errikard, estava contemplando as chamas e pensando nos acontecimentos das últimas semanas, nas revelações que desencadearam o início dessa expedição que haveria de ser memorável. Ele não usava a comprida túnica laranja naquela noite, mas uma roupa leve, e trazia na cabeça o turbante laranja do seu sacerdócio. Estava só, a alguma distância do fogo. Com a visão periférica, percebeu quando um vulto se aproximou da fogueira, vindo pela sua esquerda. O vulto passou direto e um jovem sentou-se do outro lado do fogo, até mais longe da fogueira do que ele mesmo estava. O sacerdote não reconheceu o homem, mas ficou a observá-lo. Era jovem. Não parecia que devesse estar ali naquela área reservada do acampamento, porque suas roupas denunciavam que era gente do povo, não um guerreiro, e estava claro que não se tratava de um magaji ou um sacerdote. Examinou o rapaz e notou que ele trazia uma fita amarrada no braço esquerdo. Sabia que era a cor do seu Clã, mas não conseguia distinguir qual era a cor na penumbra. Bi Errikard dedicou-se a estudá-lo. Bem, não era um Mazaunin do Leste nem do Sul, pois não era negro nem loiro. Também não era do Norte, pois a espada que pendia de sua cintura não era uma arma do Norte. Uma espada? Não era provável, já que não era sulista. Então deveria ser do Oeste ou do Centro. De sua cintura pendia um florete ou uma cimitarra? Não podia saber, pois não havia luz suficiente para distinguir. Então, resolveu chamá-lo:

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