ÉTICA

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Algo que fica muito evidente em A Honra do Clã é a questão ética. O Legado do Profeta já nos traz vislumbres da rigidez do código de ética dos guerreiros que, independentemente das posições políticas e das decisões pessoais que serão tomadas, traduzem uma tradição que é rigorosamente observada.

O dicionário conceitua ética como a área da filosofia responsável pelas investigações dos princípios que motivam, disciplinam ou orientam o comportamento humano, influenciando o comportamento do indivíduo a partir dos valores, da essência das normas, das prescrições existentes em qualquer sociedade. Por extensão, dir-se-ia que se trata de um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Ok. Esta é a conceituação básica que encontramos no dicionário. Mas, finalmente, o que é ética? Como compreender esse conceito tão importante, tão significativo dentro da sociedade? A ética está relacionada ao que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. Portanto, trata-se de juízo de valor a respeito da conduta humana.

Claro que não vamos aprofundar aqui um estudo sobre ética. É notório que se trata de um conceito complexo, mas isso, de maneira alguma, diminui a sua importância. Pelo contrário, as questões éticas estão presentes no cotidiano da humanidade desde sempre. E embora confundida com o conceito de moral e com a moral estreitamente relacionada, ética e moral não chegam a ser a mesma coisa.

Em O Legado do Profeta algumas personagens são tomadas, em determinados momentos, por conflitos éticos ou tomam decisões marcadamente motivadas por seus conceitos éticos individuais, sua visão de mundo própria, sua compreensão do que é certo e errado, com aplicação muito específica. Exemplo disso é Myra Kora, uma personagem sobre a qual já falamos em nossos posts, que se vê num dilema entre forçar um sacerdote-mor a fazer uma revelação pública de um fato como se o fizesse de forma voluntária, ou expô-lo publicamente diante de uma assembleia, já que o assunto precisa vir à tona. Que fazer? Como agir? Até que ponto seria ética uma ou outra atitude?

Na verdade, em nosso dia-a-dia estamos a todo instante nos defrontando com questões éticas que nos passam despercebidas. Eventualmente, questões éticas de maior amplitude, de maior importância aparecem à nossa frente, mas, de modo geral, são as pequenas coisas, as pequenas decisões, as pequenas escolhas, as condutas que parecem ter pouco significado e pouco impacto em nós e nos outros que consolidam a nossa ética individual.

Como eu já disse em algum momento aqui em nossos posts, há personagens que só irão aparecer no Livro Dois — Os Tentáculos da Terra — e outros só no Livro Três. Eventualmente, um ou outro personagem pode só aparecer no Livro Um — O Legado do Profeta — ou apenas em algum dos outros dois, mas o fato é que toda personagem tem algo a dizer, algo a contar para o leitor, ainda que seja uma personagem que sequer chega a falar alguma coisa.

O Legado do Profeta é o sopé da montanha. O Livro Dois — Os Tentáculos da Terra — é a parte intermediária; e o Livro Três é o cume, o lugar de onde os leitores e leitoras contemplarão toda a trajetória, toda a subida, todo o crescente da aventura, desde o sopé até o topo, e compreenderão a verdade dessa epopéia, vislumbrarão, em todo o esplendor, esse universo ímpar e perceberão a essência da mensagem que essas personagens maravilhosas lhes transmitirão.

E dentro de tudo isso, das escolhas, das condutas, das crenças de cada um, os sonhos, as lutas, o sangue, a morte, a ambição e a busca, a desenfreada busca que nos move a todos que respiramos.

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