A BREVE CANÇÃO DA VIDA ou AUTOBIOGRAFIA DE UM FANTASMA
O que existe antes de sermos? E depois? A Breve Canção da Vida ou Autobiografia de Um Fantasma propõe essa reflexão ― e vai além. O que experimentamos, o que testemunhamos, o que sentimos durante a existência? Como olhamos o mundo? Como nos relacionamos com ele e com os nossos semelhantes? Como registramos nossa passagem pela vida? São essas impressões que se sucedem nas páginas deste pequeno livro repleto de beleza, de profundidade e de poesia. É um doce olhar em torno, em frente e, finalmente, um olhar para trás, no mistério do tempo. Magnificamente introspectivo, é uma viagem dentro de si mesmo, um navegar no mundo. Assim, o narrador confessa: “No corpo dessa abstração desmedida, leio o mundo. Sua mensagem é um nó trançado no fio da esperança. Cada criança que nasce desata o nó. Acreditar é verbo e necessidade. Amanhãs de aromas indecisos escoam pelas gargantas. A água no seio da terra é o sussurro de uma promessa.”
O olhar sobre as coisas simples da vida é a pintura de um quadro vivo e fulgurante: “Uma borboleta é uma parábola silenciosa entre os aromas. Seu caminho é leve como o ressonar de um bebê. As flores adormecem o orvalho entre suas pétalas macias. A língua das borboletas lambe sua intimidade. Cores se entrelaçam e o mundo é uma aquarela fugaz. Se não fosse a beleza, a vida seria uma desistência”.
A Breve Canção da Vida ou Autobiografia de Um Fantasma é um hino de beleza a ressignificar a trajetória do ser humano na magnífica jornada da existência. Em suas páginas, encontramos o desapego às coisas, o distanciamento de tudo que é simplesmente material para o abraço às coisas do espírito, ao que é permanente em sua insondável fugacidade. E é assim que o narrador compartilha seu sentir: “Viver é sempre embarcar no trem da História. Sigo contemplando o mundo pela janela da cumplicidade. Assombra-me a rapidez da viagem. Paisagens são estados de espírito. A vida sacoleja e se agarra aos trilhos. Aprendo a contar as estações. Quanto mais me aproximo do destino, menos me importo com a bagagem”.
Desse modo, o livro celebra a vida, canta a liberdade e vibra uma poesia intensa e impregnada de sublime humanidade. É um livro doce, leve e, ao mesmo tempo, denso. É uma viagem pela vida, pelas verdades e pelas descobertas dos sentidos. Pura emoção!