ESTADO E SOCIEDADE

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Há interessantes questões a serem observadas quando nos deparamos com a dicotomia Estado e Sociedade. Obviamente, a análise desses dois elementos demanda uma perquirição acurada e deve ser levada a efeito sob ângulos distintos, a fim de que a visão mais ampla permita uma conclusão mais segura por parte do examinador.

Há um texto do escritor Flávio Rotman que expõe, de maneira didática e eficiente, a base da diferenciação entre Estado e Sociedade. Diz o referido autor: “se os vínculos político e jurídico caracterizam o Estado, é o vínculo sociológico que identifica a Nação. É das tradições comuns, dos fatos heróicos, que surge a convicção de um só destino, a identidade de sentimentos que leva toda uma comunidade a ‘querer viver junta’. A Nação é uma sociedade natural que vai se formando com o correr dos tempos, com o passar da história, quando se estruturam tradições e costumes que a identificam numa determinada comunidade. Enquanto o Estado pode surgir de um momento para outro, a nação demanda gestão demorada” (Rotman, Flávio. Amém – o povo judeu fez um pacto com Deus. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006, p. 11).

É de se entender, facilmente, que, embora, via de regra, Estado e Sociedade caminhem lado a lado, não há que se confundir uma coisa com outra. Como diz o ditado (comum tanto no Brasil como em Portugal): “não confunda alhos com bugalhos”, ou seja, devemos estar atentos para as diferenças entre as coisas.

Resumidamente, poderíamos dizer que Karl Marx entendia o Estado moderno como um instrumento de dominação de classes, caracterizado como o braço opressor da burguesia sobre a classe trabalhadora. Max Weber defendia que o Estado é uma organização humana que se sustenta no uso “legítimo” da força, da coerção, estruturando-se a partir de instituições, para dominar a sociedade.

E que dizer, então, de Nahiyar? É um Estado? Bem, podemos observar que Nahiyar se aproxima muito mais de uma Federação do que de um Estado. E seu povo, embora compartilhe de elementos unificadores comuns (tais como a língua, a religião e alguns costumes), não se constitui num único povo, numa única sociedade. Daí entendermos que a leitura de A Honra do Clã é um interessante estímulo à reflexão a respeito de pontos fundamentais da sociologia.

Junte-se ao Clã!

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