UM HOMEM, SUAS ESCOLHAS E A PORTA DO SEU DESTINO

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“Calmamente, entrou no campo e andou pelo meio das cabras. Ninguém apareceu. Os animais não se importavam com sua presença, então, ele agarrou uma cabra e saiu calmamente para a estrada. O bicho deu trabalho no início, mas logo se acomodou e ele a pôs no ombro. Enfim, iriam comer carne depois de muito tempo.

Tinha andado cerca de duzentos e cinquenta metros, quando dois homens saíram de trás das árvores à sua frente e pararam, encarando-o. Ambos traziam cajados nas mãos e facões pendurados na cintura. Um era mais velho, o outro muito jovem, mais jovem que ele próprio. Leken Asiri olhou para trás. Outro homem, aproximadamente de sua idade, estava de pé a pouca distância, um facão preso à cintura e uma lança nas mãos. Leken Asiri tirou a cabra do ombro e estendeu os braços, entregando-a ao homem mais velho. Ele não se moveu, nem disse uma palavra, apenas lançou um rápido olhar ao rapaz mais novo, que avançou e tomou o animal das mãos de Leken Asiri. Não havia o que fazer. O homem velho disse secamente:

— Você vem conosco.

O rapaz mais jovem, com a ovelha nos braços, seguiu na frente; no meio, Leken Asiri e o homem mais velho; atrás, o rapaz com a lança. Ele teve medo. Tentou explicar:

— Senhor… — mas foi interrompido secamente pelo homem mais velho:

— Você não fala. Silêncio.

— Mas… — um golpe com a extremidade inferior da lança em suas espáduas fê-lo tropeçar e ele decidiu fazer silêncio. Naquele momento, estava mais preocupado com a família, que não sabia o que ele fora fazer nem o que acontecera com ele.

Foi levado para a cidade. As pessoas olhavam para Leken Asiri e balançavam a cabeça, enquanto o cortejo seguia pelas ruas impecavelmente limpas, de pedras azuis, da linda cidade. Pararam diante de um prédio de três andares, de paredes verdes, degraus de pedras verdes polidas e portas envidraçadas. As portas estavam abertas e um homem corpulento atendeu a comitiva. O homem mais velho conversou com ele e foram autorizados a entrar. Era uma sala suntuosa, com um grande balcão de madeira envernizada e muitas portas ao redor. Do lado direito, uma escada larga levava ao pavimento superior. Leken Asiri foi levado a uma sala pequena e deixado lá, vigiado por um homem enorme. Estava com medo, mas também estava com raiva. Quem disse que os Mazaunin do Leste eram tão receptivos? Mais de uma hora depois, foi levado para o andar de cima e introduzido numa sala espaçosa e elegante. Foi colocado de pé sobre um círculo roxo pintado no assoalho, a três metros de uma grade de madeira. Um homem de cabelos brancos estava sentado numa cadeira alta. Outro homem, de pé ao lado de uma mesinha, mais abaixo, dirigiu-se a ele:

— Como se chama, sulista?

— Leken Asiri. — respondeu.”

(Trecho do capítulo 3 de O Legado do Profeta: Leken Asiri).

O que acontece com ele? Confira toda a história em A Honra do Clã – O Legado do Profeta, Opera Editorial, 2023.

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