APRENDENDO A APRENDER

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Há muitos níveis de aprendizado ― e muitas fases também. Aprender é essencial para qualquer ser humano. Aprendemos a andar, a falar, a comer “sozinhos”, a brincar, a conviver com os outros, a ler… Aliás, aprender a ler é um ato tremendamente simbólico porque é tido como o momento em que adquirimos um nível mais especializado de conhecimento, que nos permite acessar informações e perceber novas nuances do mundo. Entretanto, não basta, simplesmente, aprender.

Digo isso porque, como temos observado, a questão da leitura não é estanque. Com isso, quero dizer que aprender a ler não basta. O ato de ler, por si só, embora seja um grande avanço para qualquer indivíduo, não é suficiente para lhe proporcionar conhecimento, entendimento, percepção apurada da realidade em que está inserido. Prova disso é a quantidade crescente dos chamados analfabetos funcionais, pessoas que sabem ler (são capazes de decifrar os signos da escrita e identificar palavras e frases em um texto), todavia, não compreendem o que estão lendo. Em outras palavras, são apenas “tecnicamente alfabetizados”.

Por isso, entendemos que é imprescindível aprendermos a aprender. Como assim? O ato de aprender (não necessariamente algo específico) também se desdobra em fases e níveis. No que tange à leitura, além de aprender a ler, é preciso aprender a aprender a ler. Complicou? Explico: a leitura é, indubitavelmente, um agente transformador do indivíduo ― e são indivíduos que transformam as sociedades. Daí que ler, além de ser um ato político, é um ato social. Os resultados de se ler, de como se lê, do quanto se lê e do que se lê são diferentes entre si e podem desencadear as mais diversas consequências. Não basta “formar” palavras, nada fará sentido se o leitor não tiver capacidade intelectual de compreender, de interpretar o que está lendo.

Saber escolher boas leituras também é fruto de aprendizado. E, evidentemente, não deixa de ser também uma opção política. Afinal, ler bons livros é tão importante ― ou mais ― do que simplesmente “saber ler”. Os bons livros possuem conteúdo rico, apresentam ideias interessantes, provocam a reflexão, induzem o leitor a pensar e elaborar conceitos a partir da dinâmica do texto. Há, portanto, os bons livros e os outros livros. Quem aprendeu a aprender, seguramente, irá optar sempre pelos melhores.

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